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Companheiros metalúrgicos, retomar a luta pelos aumentos salariais

Patronal impõe redução salarial

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC celebrou uma acordo com a Mercedes-Benz que garantiu estabilidade aos 10 mil funcionários até 31 de agosto de 2016. A montadora aceitou a aderir ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego), com reajuste salarial de apenas 50% da inflação e o restante fosse pago sob forma de abono, e as promoções foram congeladas por dois anos. Em razão disso, a greve, que durava uma semana, foi encerrada.

Os trabalhadores da Mercedes terão a redução da jornada em 20% (será reduzida a jornada diária ou os operários trabalharão 1 dia a menos), enquanto os salários serão reduzidos em 10%, porque os recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), cobre metade da redução.

A Mercedes-Benz e as demais motadores, como Ford, GM, e Volks, não só no ABC paulista como no Vale do Paraíba, vêm testando os seus ataques contra os metalúrgicos desde o começo do ano de 2015, tática essa dessas empresas imperialistas de acordo com a estratégia dos imperialismos dos Estados Unidos e da União Europeia de golpear de forma brutal a classe operária, visando o golpe de direita, para restabelecer as suas taxas de lucros.

No início do ano, a Volks atacou os operários, mas como esses resistiram, com a greve de 10 dias, a montadora alemã recuou. Depois, foi a vez da outra montadora alemã, a Mercedes-Benz, que tentou demitir logo em seguida, mas acabou recuando também.

Todavia, a Mercedes não desistiu e voltou a contra-atacar, anunciando a demissão 1.500 operários, inclusive até de trabalhadores lesionados com garantia de emprego, estabilidade.

Infelizmente, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC está iludida com relação ao Programa de Proteção do Emprego  (PPE) do Ministro Levy, dizendo que na Alemanha há um programa semelhante que ajudou à manutenção dos empregos, com a redução dos salários, sendo que o país germânico está se recuperando e saindo da crise antes que os demais países da Europa.

O movimento pela formação de um tendência socialista operária revolucionária do PT discorda de tal posição, entendendo que é uma ilusão muito grande para se dizer o mínimo. Em primeiro lugar, a Alemanha não é o Brasil. A Alemanha é um país capitalista avançado e imperialista (país que oprime outras nações), que juntamente com a França, domina a União Europeia, aliada dos Estados Unidos e flerta com os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Além disso, essa política do PPE e os acordos celebrados com a patronal, não só na Mercedes, como na General Motors de São José dos Campos e na Volkswagen de Taubaté, derrotam uma das principais bandeiras da classe trabalhadora, ou seja, a redução da jornada de trabalho, sem redução de salário; a qual se combina com a escala móvel de salários, o aumento do salário de acordo com a inflação.

Havia e há muita disposição de luta por parte dos trabalhadores. Tanto que no dia 26, 10.000 operários estavam mobilizados e fizeram uma grande manifestação, pela manhã, na via Anchieta.

O que faltou foi ousadia e resolução no sentido de aproveitar a greve da Mercedes-Benz para fazer uma assembleia e ocupar a fábrica, como ensinaram os grandes mestres:

“As greves, com ocupação de fábricas, escapam aos limites do regime capitalista normal. Independentemente das reivindicações dos grevistas, a ocupação temporária das empresas golpeia no cerne a propriedade capitalista. Toda greve com ocupação coloca na prática a questão de saber quem é o dono da fábrica: o capitalista ou os operários.” (Leon Trotsky).

Com tal ousadia e resolução, com certeza a patronal teria recuado e os trabalhadores conquistariam suas reivindicações de reintegração dos demitidos, estabilidade e aumento salarial.

Porém, com esses acordos realizados com a patronal, esta seguirá atacando aos trabalhadores com mais demissões, com os lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho, pagos em parte com recursos do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador), e PDVs (Programas de Demissão Voluntária), como aliás já vêm anunciando.

Assim, neste momento, está colocado para a categoria metalúrgica fazer um balanço das lutas travadas neste último período e uma autocrítica, visando a luta contra as demissões, a redução da jornada de trabalho e a retomada dos aumentos salariais de acordo com a inflação.

- Por uma Assembleia Geral da categoria  metalúrgica para organizar a luta contra as demissões, a redução da jornada de trabalho e a retomada dos aumentos salariais de acordo com a inflação, tanto no ABC paulista como no Vale do Paraíba!
- Organizar a greve geral!

Erwin Wolf

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