SJSP homenageou seu ex-dirigente, Vlado, durante exibição do documentário do premiado cineasta João Batista de Andrade ‘Vlado – 30 anos depois’
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) retomou, nesta terça-feira (24), as atividades do Cineclube Vladimir Herzog. Em uma parceria com o Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo, o SJSP organizou a exibição do filme-documentário ‘Vlado, 30 anos depois’, do cineasta João Batista de Andrade, presidente da Fundação Memorial da América Latina, seguida de um debate.
Nas décadas de 1970 e 1980, o cineclube do SJSP teve relevante importância no que diz respeito à resistência ao regime militar (1964-1985) e na luta durante o processo de redemocratização do processo político brasileiro.
Vitor Ribeiro, diretor do departamento jurídico do SJSP, falou da importância do relançamento das atividades do cineclube. Em sua opinião, as exibições de produções jornalísticas no Sindicato em pleno período da ditadura militar representaram “a importância da entidade (SJSP) no combate à repressão e ao sufoco cultural que imperavam naquela época”.
O documentário ‘Vlado, 30 anos depois’ retrata a narrativa do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, diretor do SJSP e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que foi torturado e morto por agentes do Estado durante a ditadura por sua atuação no departamento de Jornalismo da TV Cultura.
João Batista de Andrade, que produziu o documentário em homenagem a Vlado – como era chamado carinhosamente por amigos, familiares e colegas – afirmou que a produção do material foi uma espécie de “dívida” que tinha com o amigo e ex-colega de trabalho.
“Passei por um momento de muito sofrimento na minha vida depois da morte do Vlado. Logo em seguida, tentei fazer um filme sobre ele de forma ficcional. Por ser muito próximo à sua família, tive total apoio. Porém, o projeto não avançou”, relatou.
Somente em 2005, trinta anos depois do ocorrido, durante encontro com amigos do Vlado, foi que João Batista de Andrade decidiu fazer um documentário “para contar a versão da história”. “A ideia da narrativa foi toda minha. Durante a produção do documentário, eu tratava todas entrevistas que fazia como uma conversa entre amigos”, afirmou. “Exibir este documentário aqui – no auditório do SJSP – é motivo de bastante emoção”, disse João Batista, durante atividade desta terça-feira.
Após a exibição do documentário, houve um debate entre os presentes. Na oportunidade, João Batista de Andrade respondeu aos questionamentos levantados pelos participantes.
Retomada das atividades
O SJSP pretende realizar na terça-feira, dia 8 de dezembro, o segundo evento do cineclube neste ano, onde será apresentado um documentário sobre Carlos Mariguella, que foi deputado federal pelo PCB e uma das lideranças na resistência ao regime militar.
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